No limiar entre o eu e o outro: leitura interartes do conto A terceira margem do rio, de João Guimarães Rosa


Abstract


O conto A terceira margem do rio, integrante da obra Primeiras estórias, de João Guimarães Rosa, relata um acontecimento extraordinário: um homem decide abandonar a família e o convívio social para ir viver indefinidamente dentro de uma canoa, no rio. Em sua trajetória pública, este conto influenciou a produção de diversas obras, como canção, cinema e instalação artística. Pretende-se, com este estudo interartes, verificar como os recursos estéticos verbais e não verbais enriquecem as produções artísticas e ampliam a forma de se comunicar sentidos e alteridades. Na análise dos intertextos e das transposições de obras de linguagem verbal em obras de linguagem não verbal, pretende-se verificar como se realizam as acomodações aos recursos estéticos próprios de cada linguagem, sem se desfazer os vínculos com a obra original. As diferentes expressões de alteridade na literatura e nas artes visuais, bem como os limites impostos à linguagem visual em confronto com os limites da linguagem escrita para expressar sentidos e significados, serão analisados a partir da transposição do conto de Guimarães Rosa para a canção de Caetano Veloso e, desta, para a instalação artística de Guto Lacaz. As três obras são homônimas, o que denuncia de imediato a ocorrência do intertexto. As questões de alteridade suscitadas pelas obras serão averiguadas à luz dos estudos de Emmanuel Levinas, Paul Ricoeur, Jacques Derrida e Mikhail Bakhtin.

DOI Code: 10.1285/i9788883051272p2315

Keywords: literatura e outras artes; alteridade; João Guimarães Rosa; Caetano Veloso; Guto Lacaz

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