Cosmos e espelho da língua: apontamentos à margem do crioulo


Abstract


A língua crioula aparece e reaparece nos contos de Manuel Lopes, sobretudo em Galo cantou na baía e outros contos ([1959] 1998, 2a edição), doseada com grande parcimónia, como as mezinhas da avó passadas de geração em geração, que curavam possíveis males inócuos que dispensam a presença e a ciência de um médico. O motivo pelo qual o autor decide introduzi-la durante a narração é sobejamente evidente e propositada, pois parte e partilha do objetivo proposto pelos escritores da revista Claridade (de que ele também fazia parte como membro fundador), isto é, renovar e redimensionar a literatura "portuguesa" escrita em Cabo Verde. Contudo, com esta proposta de comunicação pretendo analisar nos contos de Manuel Lopes precisamente a dosagem da língua crioula e o valor que esta teve na distinção da produção literária cabo-verdiana dentro do cânone português, como forma de auto-valorização identitária.

DOI Code: 10.1285/i9788883051272p1937

Keywords: crioulo; Claridade; Lopes; identidade

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