Superdiversidade no contexto escolar de fronteira: Diálogo de saberes


Abstract


Embora nos últimos anos tenham-se ampliado as pesquisas e publicações que rompem com a visão do Brasil como um país monolíngue, é fato inegável que, no contexto escolar, ainda persiste fortemente esse mito, mesmo em contextos de fronteira em que a 'superdiversidade' (Vertovec, 2007; Blommaert; Rampton, 2011) salta aos olhos. A Linguística Aplicada, em sua vertente 'indisciplinar' e transcultural (Moita Lopes, 2006, 2013; Cavalcanti, 2013; Signorini, 2013, entre outros), no âmbito das novas epistemologias que propiciem a apreensão de fenômenos ou eventos compartilhados em que todos são participantes, contribui para a interconexão entre os saberes acadêmicos e os saberes locais, abrindo espaço para a discussão e/ou a solução de problemas relacionados a práticas de linguagem situadas. É sob esse enfoque que se coloca como objetivo apresentar, nessa comunicação, os encontros entre o letramento escolar e os 'multiletramentos' (Rojo, 2012), como forma de legitimação dos saberes locais e da superdiversidade, no contexto escolar transfronteiriço, na divisa entre Brasil, Paraguai e Argentina. Para tanto, apresentamos exemplos provenientes de uma pesquisa etnográfica, focando em um evento na sala de aula de Língua Portuguesa em que professora e alunos trabalham colaborativamente na construção de uma peça teatral. Com a finalidade de contar a história do bairro, colocando seus moradores como protagonistas da própria história, evidenciou-se a importância da negociação entre os saberes escolares institucionalizados e os saberes locais da vida vivida.

DOI Code: 10.1285/i9788883051272p1249

Keywords: superdiversidade; letramento; práticas translíngues

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