O sujeito e a verdade em O homem duplicado de José Saramago


Abstract


O estudo que será apresentado tem como objetivo analisar a constituição da subjetividade do sujeito discursivo Tertuliano Máximo Afonso, personagem central do romance O homem duplicado (2008) de José Saramago e o funcionamento discursivo da verdade. Como fundamentação teórica pautaremos nos estudos de análise do discurso de linha francesa e nos estudos de Michel Foucault que tratam da constituição dos sujeitos e como as relações de poder/saber corroboram para a constituição de "verdades". A partir desse aparato teórico podemos afirmar que os sujeitos são constituídos pela exterioridade e as verdades que os cercam são cambiantes e se repetem em muitos momentos históricos, entretanto, com sentidos díspares. Elas são tramas discursivas que apresentam sentidos que estão intrinsicamente relacionados com a história que permeia a produção do discurso. Os resultados apresentados apontam que Tertuliano assume outro lugar de verdade tendo em vista a historicidade que o permeia, ele não é mais o professor de história e sim o ator. Essa mudança em sua subjetividade vai se dando de forma lenta e gradual no decorrer da narrativa e culmina no momento em que Tertuliano atende o telefone e assume o papel de António Claro. Destacamos que as mudanças ocorridas na constituição de sua subjetividade e os sentidos emergidos são materializados através da língua, ou seja, ela é suporte para a produção discursiva.

DOI Code: 10.1285/i9788883051272p293

Keywords: discurso; verdade; subjetividade; sujeito

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